sábado, 22 de junho de 2013 0 comentários

Minha experiência de leitura

Bem, eu literalmente vivo entre livros e no passado não foi muito diferente. Minha mãe estudou até a 4ª série, mas adorava ler. Eu a vi inúmeras vezes lendo livros e revistas. Minhas irmãs também gostavam de ler.

Lembro de que uma delas a Neuza lia para mim na cama todas as noites, quando eu ainda não sabia ler. Ela lia histórias da bíblia de uma grande coleção ilustrada que eu ainda tenho. Mas também me lembro do que me chamou a atenção nos livros, que primeiramente foram as ilustrações. Eu adorava passar os olhos por aquelas páginas coloridas e cheias de expressão. Olhares tristes de uma princesa, o desenho de um gatinho fofo e tentava copiá-los.

Cresci e já lendo o livro que primeiro chamou minha atenção foi “A Mina de Ouro” da coleção Cachorrinho Samba. Adorei todo aquele suspense para sobreviver e conseguir sair da mina.

Já adolescente tive meu primeiro contato com um livro que não tinha um final feliz. Este livro foi “Os meninos da rua Paulo”. Este livro foi o primeiro de muitos que me fariam chorar.

Mas se me perguntarem: “Você gostava de ler quando criança?” Minha resposta é: “Não”. Minha primeira paixão depois dos cavalos é o desenho, por isso devorava muito mais gibis do que livros, porém chegou um momento que comecei a perceber de onde vinha as ideias para “Mickey e os três mosqueteiros” ou “Julieta Monicapuleto e Romeu Montéquio Cebolinha”.

A escrita e o desenho para mim sempre caminharam juntos, mas o cheiro da tinta, as cores, o papel branco...nunca resistia. Um risco levava a outro e cavalos, reinos e dragões surgiam. 

Quem me observava fazê-los sempre admirava. Já na escrita como qualquer aprendiz mais errava do que acertava, mas foi uma professora que me enxergou durante uma de minhas redações. Eu ainda guardo o texto que escrevi e uso a mensagem: “Eu vejo você”.
Hoje, escrevo minhas próprias aventuras e projetos ...mas isso é outra história.
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 Situação de aprendizagem
Texto “Meu Primeiro Beijo”

Público alvo: 8ª série/9ºano
Duração: 4 aulas


Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:"Você é a glicose do meu metabolismo.Te amo muito! Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
Leitura do texto
v Silenciosa, contextualizada e compartilhada.

Percepção de outras linguagens:

v Pedir aos alunos que representem o 1º beijo por meio de recorte e colagem de imagens tiradas de revistas, jornais e internet e com eles criar um painel temático;
v Imaginar como colocar as imagens e as palavras relacionadas ao tema em destaque no painel;

Localização de informações, comparações e generalizações:
v Localizar no texto:
1.     Vocabulário – dedução – dicionário – conhecimento de mundo;
2.     Qual é o foco narrativo? Justifique com um trecho do texto.
3.     Quem são os personagens?
4.     Qual é o espaço?
5.     Há marcas de passagens de tempo? Justifique com trechos do texto.
6.     Ele a beija a força? Se não, quais argumentos o personagem chamado “Culta” usa para convencê-la a ser beijada?
7.    Qual o gênero desse texto? Cite a característica principal desse gênero..

Elaboração de apreciações relativas e valores éticos e/ou políticos:
v Promover um debate:
1.     Quem já teve esteve numa situação parecida?
2.     Um ônibus é o local apropriado para o 1º beijo?
3.     O que a personagem quis dizer no trecho: “...o tempo se esqueceu do tempo,...”?

Produção de escrita:
v Continuar a história escolhendo uma das duas versões:
1.     Criação do mural sobre o assunto.
2.     Como seria o cartão do dia dos namorados criado pelo “Culta”?(Montagem de um cartão do dia dos namorados.

Avaliação:
v Durante todo o processo de desenvolvimento em classe, desde a leitura até a produção textual.

Referências:
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard et al. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: ______. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2012. p. 35-60.

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-67 Extraído de: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. In: Curso EaD/EFAP. Leitura e escrita em contexto digital – Programa Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade. 2012.


segunda-feira, 17 de junho de 2013 0 comentários

                                                                 Situação de aprendizagem
Texto “Avestruz” 

Público alvo: 5ª série/6ºano
Duração: 4 aulas

Avestruz

Mário Prata

 O filho de uma grande amiga pediu de presente pelos seus dez anos,uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio. E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais. Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo.Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha. Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima! Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
 Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e,principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto.   Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
                                                                                                     
Leitura do texto
v Silenciosa, contextualizada e compartilhada.

Percepção de outras linguagens:

v Pedir aos alunos que desenhem um avestruz tal qual o autor o apresenta;
v Imaginar como colocar um avestruz dentro de um apartamento/avião/elevador;
v Questionar os ruídos que o animal produz, e como isso incomodaria os vizinhos.

Localização de informações, comparações e generalizações:
v Localizar no texto:
1.     Vocabulário – dedução – dicionário – conhecimento de mundo;
2.     Qual é o foco narrativo? Justifique com um trecho do texto.
3.     Quem são os personagens?
4.     Qual é o espaço?
5.     Há marcas de passagens de tempo? Justifique com trechos do texto.
6.     Quais as comparações que o narrador faz com o avestruz?
7.    Qual o gênero desse texto? Dê pelo menos três características.

Elaboração de apreciações relativas e valores éticos e/ou políticos:
v Promover um debate:
1.     Qual seria a razão de um pedido tão estranho?
2.     O menino precisa mesmo de um psicólogo?
3.     A mãe levou ou não o garoto ao psicólogo?

Produção de escrita:
v Continuar a história escolhendo uma das duas versões:
1.     A mãe levou o filho ao psicólogo e.............
2.     A mãe não levou ao psicólogo, contudo..............


Avaliação:
v Durante todo o processo de desenvolvimento em classe, desde a leitura até a produção textual.

Referências:
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard et al. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: ______. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2012. p. 35-60.

PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6º ano. vol. 2. Caderno do aluno (p. 9) e Caderno do professor (p. 18).

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. In: Curso EaD/EFAP. Leitura e escrita em contexto digital – Programa Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade. 2012.



quarta-feira, 5 de junho de 2013 0 comentários

Divina Comédia: Minha experiência em literatura


Certa vez minha família foi passar um carnaval em Campos de Jordão em uma casa distante da cidade, parecia uma chácara e eu sabia que seria bem chato, pois também iriam alguns conhecidos do meu pai, mas que não conhecíamos, então, me precavendo resolvi pedir emprestado a um primo alguns livros, pois seriam quatro dias entediantes. Lembro-me que levei mais ou menos dez, bem selecionados, A Moreninha, o Crime do Padre Amaro e outros todos da Editora Ediouro, lembram-se???? Enfim, claro que não cheguei a ler nenhum por completo, uma porque não daria tempo mesmo e outra que não foram dias tão entediantes como eu esperava. Entretanto, minha experiência de leitura marcante, foi de quando estava na 7ª série e meu professor de história pediu para que lêssemos a Divina Comédia de Dante Alighieri. Uma leitura difícil e reflexiva, que até hoje me intriga muito. Acho que preciso reler para sanar e aprimorar minhas reflexões!!! Nossa! Só agora me dou conta de quem me marcou literalmente não foi o professor de português e sim de outra disciplina, o qual atualmente estamos pedindo que nos ajudem nessa trajetória, e parece-me que já  a muitos e muitos anos atrás havia essa concepção de leitura interdisciplinar e linear, mas pelo visto  se perdeu pelo caminho.


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Apresentação


“Ler é registrar o mundo pela palavra”.  Paulo Freire


Somos professoras da Rede Estadual, Elisabete Cristina Zacarias e Sandra Rodrigues Herrera, e estamos participando de um curso  de formação continuada em Língua Portuguesa, promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, por isso construímos este blog com o intuito de compartilharmos nossas experiências com a leitura, e aproveitando para criar oportunidades para depoimentos que levaram a muitos a apaixonarem-se por esse mundo.

Fiquem à vontade para comentar e aproveitar para incluir suas experiências!
 
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